OS NOVOS MUTANTES, UMA NOVA SAGA DOS X-MEN.

Para começar, referências não vão faltar neste filme, referências aos personagens dos filmes anteriores e a personagens que estão por vir. Porém, nosso foco aqui é falar sobre esta nova visão dos mutantes com uma pegada mais sombria, com um toque de terror. Apesar de os fãs de filmes de terror estarem esperando algo no estilo Jason, calma. Vamos lembrar que estamos falando de X-Men, super-heróis mutantes. Isso, é claro, não diminui a beleza do filme. O terror é, sim, bem desenvolvido, mas com menos sustos e mais agonia.

SINOPSE

“Neste filme aterrorizante e cheio de ação, baseado na série de quadrinhos da MARVEL, cinco jovens que demonstram poderes especiais são levados até uma instituição secreta para serem submetidos a tratamentos que prometem a cura dos perigos de seus poderes. Danielle Moonstar, também conhecida como Miragem (Blu Hunt), cria ilusões dos medos de outras pessoas; Rahne Sinclair (Maisie Williams), se transforma no lobisomem LUPINA; Sam Guthrie (Charlie Heaton), que, como Míssil, pode voar em velocidades de jato, protegidas por um campo de força; Roberto da Costa, também conhecido como Mancha Solar (Henry Zaga), absorve e canaliza a energia solar; e Illyana Rasputin, também conhecida como Magik (Anya Taylor-Joy). Irmã mais nova de Colossus, Magik tem uma armadura e empunha uma espada que amplifica suas múltiplas habilidades sobre-humanas e psíquicas.

Convidados pela Dra. Cecilia Reyes (Alice Braga) para compartilhar suas histórias sobre quando seus poderes se manifestaram pela primeira vez, os cinco “pacientes” passam a entender que estão em uma classe de pessoas chamadas mutantes, que historicamente foram marginalizados e temidos. Ao reviverem suas histórias de origem, suas memórias parecem se transformar em realidades aterrorizantes. Logo, eles questionam o que é real e o que não é, e fica claro que a instituição não é o que parece. Agora, a pergunta é: qual o motivo de estarem sendo mantidos em cativeiro? E quem está tentando destruí-los? A tensão e o horror aumentam nesta aventura emocionante, dirigida por Josh Boone e co-escrita por Boone e Knate Lee.”

Antes de falarmos sobre o roteiro e o desempenho dos atores, existem muitos atributos a serem pontuados, dois muito importantes para a nação brasileira. Além de um personagem brasileiro, que inclusive tem sua origem deixada clara em uma fala do filme, para quem ainda tinha dúvidas: “A família dele é uma das mais ricas do Brasil.” Ele também é interpretado por um ator brasileiro. Lógico que os fãs de verdade já sabem de quem estamos falando — Mancha Solar (Henry Zaga). Mas a invasão dos BRs não acaba aí. Ainda no elenco principal, temos a Alice Braga, outra atriz brasileira, que dá vida à Dr. Cecilia. Só esses fatos já seriam pontos para prestigiar o filme.

O filme possui um ótimo desenvolvimento, apesar de se mostrar confuso em algumas partes. Porém, a história é tão curiosa que te faz ficar mais atento ao que acontece, despertando sua curiosidade. Os jovens, levados contra sua vontade a uma instituição para aprender a controlar seus poderes, em algumas ocasiões mostram tentativas de fugas frustradas e uma constante instabilidade na relação da equipe, que é muito bem interpretada pelos atores, especialmente pelas atrizes Anya Taylor-Joy e Blu Hunt. Elas fazem uma dupla em guerra e protagonizam ótimas cenas em conjunto, trazendo para o espectador a sensação de rixa entre as duas.

Os jovens, com certeza, acham que esse treinamento está sendo proporcionado pelos X-Men, mais especificamente pelo Professor Xavier. Vemos, inclusive, referências a ele em algumas cenas. Porém, eles descobrem um segredo sombrio por trás dessas experiências e do treinamento ao qual estão sendo submetidos, incluindo torturas em alguns momentos.


Não posso deixar de citar o Lockheed, que passou quase o filme inteiro apenas como um coadjuvante, até seu momento de brilho. E posso falar: que momento espetacular! Eu não mudaria nada nesta cena. No entanto, o meu foco é a Magik, que nos traz duas certas possibilidades. Com a aparição de Hope em Deadpool 2, a chegada de Kitty e Rogue está bem próxima. Para quem não conhece os quadrinhos, vou nortear vocês: Kitty foi uma das principais professoras de Magik, inclusive cuidou de Lockheed por um tempo para sua aluna, e Rogue foi a principal professora de Hope, filha de Cable.

Isto é, apesar de as mutantes amadas ainda não terem dado as caras na nova visão da realidade, após a alteração histórica feita por Logan em X-Men: Dias de um Futuro Esquecido, apagando toda a linha do tempo de X-Men: O Filme, X-Men 2 e X-Men: O Confronto Final, fazendo com que coisas como a liberação total da Phoenix, que deveria acontecer anos no futuro (X-Men: O Confronto Final), acontecesse bem antes disso (X-Men: Fênix Negra), ocasionando a morte de alguns personagens. Isso nos leva a pensar: “Professor, você precisa treinar melhor esses mutantes.”

Todavia, vamos voltar aos Novos Mutantes e parar com as teorias. Em geral, é um filme que eu classifico como bom, apesar das falhas nas cronologias de X-Men, como o fato de Moira ser uma mulher de 20 e poucos anos no passado e, no futuro, ter a mesma idade. Acreditamos que esses detalhes passam despercebidos, pois não fazem muita diferença na história. E, por distância de profissão, a Moira do passado é agente do FBI, enquanto a Moira do futuro é cientista, mais especificamente bióloga. Então, podemos considerar e aceitar esses ganchos.

Fechando meu raciocínio, o filme merece uma avaliação de 8,8, mas não por ser ruim, e sim por não se aprofundar mais na ligação dos Novos Mutantes com os X-Men, que acaba ficando em segundo plano, com apenas algumas referências que você tem que captar no ar.

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