heartstopper 2º Temporada
E aí, seres humanos, como vocês estão? Espero que bem. Acabei, ontem, dia 07 de agosto, a nova temporada da série "Heartstopper". Eu admito que séries românticas não são as minhas favoritas, na verdade, raramente me prendem. Romance, comigo, é um gênero que não funciona sozinho, precisa ter um terror, luta, aventura, algo a mais ou, pelo menos, precisa ter um pouco de reflexão profunda. "Amor por amor" realmente não me atrai tanto para chamar minha atenção. Então, quando lançou a série, eu relutei muito para assistir, pois sabia que seria mais um drama adolescente, o que, como já disse, não me prende muito. Mas essa série, assim como uma outra que também segue a temática LGBTQIAPN+, trazia uma coisa diferente, algo que nenhuma série de romance heterossexual (salvo as ficções que criam crises surreais) poderia ter, que é a luta por "existir". Antes de uma pessoa dessa comunidade sequer pensar em amar ou lutar por alguém ao seu lado, sua primeira luta é pela existência. Aproveito para recomendar a série Pose, que é até um pouco mais aprofundada nessa temática.
Mas voltando para o foco, em sua primeira temporada, a série foca quase que 100% no Charlie e Nick, os personagens principais, o que não está errado, mas acaba deixando os outros personagens, como o Ben, a Elle, Tao, entre outros, em um extremo underground. Eles acabam apenas se resumindo a alívios momentâneos do personagem principal. Precisa de um vilão? Chama o Ben. Precisa de cena com amigos? Chama o Tao. E sempre vivendo e ouvindo os dramas do Charlie, com poucos momentos se aprofundando nos problemas de seus amigos.
Outro aspecto interessante abordado na série é o bullying, ou, em outras palavras, o preconceito que Charlie sofreu há algum tempo. Não vemos diretamente esses acontecimentos, mas sim as sequelas dele, o que, na minha opinião, foi genial. Já passamos da fase de mostrar o que é bullying, de explicar que é errado e que devemos respeitar todos como são. A Netflix trouxe uma proposta diferente: mostrar não o ato ou o acontecimento, mas as consequências. E até me identifiquei com essa parte. As constantes "vozes" na cabeça de Charlie, lembrando-o o quanto ele é "nojento", "feio", "estranho", a dificuldade em comer ou prestar atenção em qualquer coisa, pois sua mente volta constantemente àquele momento e tudo parece que não faz sentido. Na série, esse aspecto é levado para um lado extremo, mas não vou contar mais para não dar "spoiler".
Em geral, essa é uma série que eu diria ser ótima para aplicar ensinamentos para diferentes públicos. Claro que o lado romântico é bonitinho e extremamente adorável, mas existe uma mensagem por trás, e essa mensagem deve ser vista e ouvida por todos. Bom, essa é mais uma série que eu só posso dar nota 10 para todo o elenco. Não há momentos ruins de se assistir, apenas lições e aprendizados.
AHHHHHH, quase esqueci de falar de algo que eu preciso comentar: com certeza foi uma sacada de gênio da Netflix. Em um dos momentos da série, os professores ficam observando tudo que está acontecendo. Os jovens aprontam uma brincadeira noturna, e os professores os pegam e mandam voltar para seus quartos. Um dos professores faz a seguinte afirmação: "...Agora é um pouco tarde para ter essa experiência", dizendo que, quando jovem, não teve a oportunidade de viver esses romances, intrigas e muito mais. E a resposta que ele recebe é: "Nunca é tarde para viver..." Parece meio sem sentido, mas a Netflix sabe que a maior parte do público que assiste a essa série são jovens de mais de 20 anos, ou seja, que já passaram dessa fase. Com certeza, essa cena foi uma mensagem para os fãs entenderem que, não importa a sua idade, você pode sim viver isso.
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