DESCENDENTES 4 - A ASCENSÃO DE COPAS

Helloooo seres humanos,

E finalmente temos essa obra entre nós, Descendentes 4 saiu no Disney+ e devo admitir que eu estava bem ansioso, principalmente depois do trailer que mostrou uma grande evolução no CGI da franquia e também nos trouxe o retorno de uma das personagens da trilogia original, a Uma. Claro que também tivemos a fada madrinha, mas isso é outro detalhe.

Enfim, vamos falar sobre este filme. Minha mais sincera opinião, sem enrolação, assim como o filme: ele é bom, não chega a ser ótimo, tampouco ruim, mas merece atenção dos fãs. Para quem não se lembra, um breve resumo de tudo que aconteceu até aqui: Mal e Ben se casaram e deram oportunidades a todas as crianças filhas de vilões de todos os reinos, exceto o País das Maravilhas. Devido à tirania da Rainha de Copas, o mundo das Maravilhas ficou fechado, aprisionando todos lá. Gostaria de dizer o quão incoerente foi essa decisão. Isolar os vilões em uma ilha é uma coisa, é cruel, mas prender todo um mundo e seus habitantes com uma rainha tirana, com medo do que ela pode fazer, é ainda mais horrível. Condenar os outros para nos proteger. Tendo dito isso, a Rainha de Copas tem uma filha chamada RED, e acredito que todos já sabem disso, pois foi a primeira música original do filme lançada, nem estou considerando o remix de "What's my name".

Bom, voltando à história, Uma é colocada como a nova diretora da escola e sua primeira decisão é abrir as portas do País das Maravilhas para a filha da Rainha de Copas, o que, para mim, ficou meio estranho, pois o País das Maravilhas tem outros personagens que poderiam ser chamados, como o filho do Chapeleiro Maluco. Uma pequena observação sobre esse personagem: ficou péssimo. Péssima a atuação, faltou ele ser maluco. Simplesmente pegaram um ator aleatório, colocaram um chapéu nele e é isso. Nem se preocuparam com o cabelo e a maquiagem. Foi minha primeira decepção no filme, mas precisamos continuar a história. Red vai para Auradon e sua mãe tenta um golpe de estado. Ela, junto com a filha de Cinderela, por um infeliz incidente, acabam voltando no tempo juntas.

Depois desse grande resumo do filme, preciso comentar primeiro sobre as coisas que eu gostei. Os antepassados são bem coerentes (exceto pela Malévola e Hades). Inclusive, a personagem Ulyana é muito apaixonante. Ela mostrou um pouco de vilania na série, claro que nada exagerado, já que é um filme infantojuvenil, e também precisávamos dar mais destaque para as personagens principais e as versões antepassadas de suas mães. Quando elas viajam no tempo e conhecem suas mães na época da escola, isso causa uma aproximação maior. Esse é o ponto principal do filme: desenvolver a relação de mãe e filha. Aqui, não estamos preocupados se a princesa vai ter um príncipe no final, se a vilã vai conseguir o que quer ou não, mas se as mães vão se reencontrar com suas filhas e se estes laços que criaram no passado vão se estender até o presente. Descendentes 4 não é uma história de príncipes e princesas, de heróis e vilões, mas sim de mães e filhas. E isso, com certeza, é um dos pontos mais bonitos e encantadores que há no filme.

Agora, para falar das coisas ruins, a começar pela Malévola e Hades. Sinceramente, seria melhor escolherem outros vilões para a franquia, pois não consigo aceitar que dois dos vilões mais perversos da Disney foram resumidos a lacaios sem cérebros que obedecem às ordens da Ulyana. E olha que eles tinham opções de vilões menos relevantes. Não consigo aceitar que a Malévola, que orquestrou todo o golpe do primeiro filme, e o Hades, que em uma de suas primeiras falas grita "EU SOU UM DEUS" no terceiro filme de Descendentes, em algum momento de sua história foram cachorrinhos da irmã mais nova da Úrsula. Entendo que eles não são os personagens principais dessa história, mas ainda assim, era melhor ter escolhido outros vilões, talvez personagens mais secundários de outras histórias. Pegarem duas figuras icônicas e torná-las isso me doeu com todas as forças. Outra questão que me incomodou foi o fato de que somos guiados pela Uma nessa história, o que faz sentido. Mas ela se preocupou em contar o que cada personagem estava fazendo (menos o Carlos, o que aconteceu com ele ainda é um mistério), mas não se preocupou em dizer onde está o Harry e o Gil, os melhores amigos dela. Literalmente, os garotos que ela chamava de "meus meninos". Suspeito que a Disney deixou em aberto porque, em Descendentes 3, ela criou um clima de proximidade entre ele e o Jay, e talvez não quisesse explorar isso e dizer onde ou o que ele está fazendo. Se isso não fosse de encontro com o Jay, deixaria a fic destruída, mas ainda assim, senti falta dela falando de seus dois melhores amigos.

Falando das músicas, pois Descendentes é um filme musical e esse aspecto não dá para ser ignorado. Quero começar falando da RITA ORA, que é uma grande artista, uma cantora formidável, e de fato recebeu boas músicas nesse filme. Claro que um número limitado de canções, o que me incomodou um pouco, já que seria o mesmo que colocar Beyoncé ou Lady Gaga em um musical e não deixá-las cantar direito. Poxa, você literalmente tem uma artista de ouro, vai perder essa chance? Enfim, mas ainda assim foram boas e com certeza entram na minha lista do Spotify, especialmente "love ain't it". Eu simplesmente amei. Como já era esperado, temos músicas de referência aos filmes originais, como "So this is Love", que é cantada pela Cinderela, e também algumas sonoridades que lembram outras músicas no decorrer do filme, igualmente referenciando as franquias originais. Claro que isso não é novidade, pois os filmes anteriores já haviam feito isso, mas ainda assim é um detalhe muito legal de se observar. A música auge dos vilões é "Perfect Revenge", que é muito boa, porém esperava mais, devo admitir. Enfim, não gostaria de comparar esse filme com os outros, mas eu diria que os efeitos visuais dele estão anos-luz melhores que os anteriores. Claro que temos a questão dos avanços da tecnologia, mas no critério músicas, não sei se ele supera. Eu colocaria no mesmo patamar das músicas do primeiro filme de Descendentes: são boas, mas evoluíram bastante nos outros filmes da franquia.

Para fechar minha leve análise, gostaria de acrescentar uma observação. Os filmes americanos têm feito cada vez mais isso, e está ficando muito perceptível que são cenas centralizadas, ou seja, já não ocorre mais uma exploração tão grande do cenário e do espaço. Os atores são enquadrados de forma que fiquem o mais ao centro possível, para que, possivelmente, sejam feitos ajustes depois e esses trechos possam ser utilizados no TikTok ou outras ferramentas de compartilhamento na vertical. Sinceramente, isso perde um pouco do brilho da cena, pois se antes tínhamos um cenário cheio e bem trabalhado, agora temos atores no centro e várias coisas aleatórias sem importância ao redor, muitas vezes até desfocadas para nem chamar a atenção. Sempre gostei de identificar outros personagens ao redor do cenário ou referências, mas parece que isso está acabando aos poucos. Sobre esse filme, eu diria que todo fã de Descendentes vai gostar, mas isso não significa que vai amar.





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